Auditório Balleteatro do Porto
13 de Abril
21h30
Fotografia de Edgar Tavares
Ao criar uma obra de arte, envolvemo-nos essencialmente
com processos que são destilações, complicações e substrações pessoais de
contextos mais alargados, próprios de um determinado momento no tempo; ou, sucintamente, decidimos o que incluir ou o que
excluir de modo a justificar (para nós próprios) a existência da obra num
determinado momento de uma janela temporal pessoal.
Quando a obra é mostrada, encontramo-nos na situação de
ser interpretados por indivíduos ou por grupos de pessoas; ser-nos-ão
atribuídos significados, opiniões, emoções e formas que não são,
necessariamente nossas. Algures entre estes estados (a criação e o consumo)
reside, para mim a mudança, a mudança contextual.
O momento de mudança é o que me interessa, o momento em
que algo pessoal se transforma em algo público e vice versa; o momento, quando
o pessoal ou colectivo, está prestes a surgir em nós, ou a deixar de existir,
devido a reorganizações de contexto pessoais ou colectivas .
Quero encontrar essa aresta, essa linha, e/ou esse
equilíbrio, e criar, a partir daí, a possibilidade de me envolver com o momento
de mudança a partir do interior. Envolver-me com a produção que constantemente
pode surgir, e questionar o problema do consumo.
Perguntar o que motiva o quê numa obra?
A pessoa de um intérprete ou o entendimento colectivo?
Onde colocar a linha entre o pessoal e o colectivo?
Entre intérprete e público? Entre a obra e o exterior?
E perguntar o que acontece quando as coisas mudam?, quando
a mudança se torna um fim em si mesma e não um resultado da produção.
Andreas Dyrdal
Setembro 2011
Concepção, direção e coreografia | Andreas Dyrdal
Interpretação e criação | Susana Otero, Sara Leite, Rui
Marques e Flávio Rodrigues
Texto | Susana Otero, Sara Leite, Rui Marques e Flávio
Rodrigues
Desenho de Luz | João Teixeira
Figurinos | Andreas Dyrdal
Produção | BCN