Início dos ensaios da nova criação de DINIS MACHADOpara o Ballet Contemporâneo do Norte.
Com Susana Otero, Mariana Tengner Barros, Jorge Gonçalves e Filipe Pereira.
In A Manner Of Speaking” é uma revisitação e reformulação dos materiais que
constituíram o trabalho “Parole, Parole, Parole” em 2010. Tendo-me apercebido da forma
como este projecto lançou questões que são ainda centrais no meu trabalho proponho
agora voltar a ele e construir um novo objecto partindo do mesmo imaginário.
“Parole, parole, parole... é pouco mais que uma rima poética. Levemente melancólica, talvez , quando quase se inclina para uma comédia de um mal de vivre tão próximo, um tédio tão naturalmente burguês, tão nosso portanto.
O espectáculo parte daquilo que na linguagem é o seu potencial projectista, de desenhar aquilo que vamos querer que seja, e encontra-se em diálogos a dois, reais ou hipotéticos, que tentam construir utopias (Pessoais, domésticas ou comunitárias), que se confrontam pacificamente com a falha de todos os seus épicos projectos, e que faticamente se consolam no vazio das frases que procuram esconder a descrença no futuro (que se tornará [ou ter-se-á já tornado?] prematuramente presente)
Eles (ou seja, nós) procuram reencontrar-se com a ilusão, manter-se activos na construção de qualquer coisa que intuem, não se deixar esmorecer, e permanentemente se confrontam com o seu reverso, a desilusão, a inevitável derrocada dos materiais concretos, que não espelham nunca essa realidade mais real, porque mais viva e mais presente, que se desenrola continuamente nos seus projectos de um mundo por vir, juntamente com o tão esperado consolo final.
Eles, vigiam-se fantasmaticamente no seu fazer, num paternalismo exercido sobre si mesmo. Porque não querem aprender a contemplar poeticamente a sua própria morte.”
[Dinis Machado/ sinopse 2010]
“Parole, parole, parole... é pouco mais que uma rima poética. Levemente melancólica, talvez , quando quase se inclina para uma comédia de um mal de vivre tão próximo, um tédio tão naturalmente burguês, tão nosso portanto.
O espectáculo parte daquilo que na linguagem é o seu potencial projectista, de desenhar aquilo que vamos querer que seja, e encontra-se em diálogos a dois, reais ou hipotéticos, que tentam construir utopias (Pessoais, domésticas ou comunitárias), que se confrontam pacificamente com a falha de todos os seus épicos projectos, e que faticamente se consolam no vazio das frases que procuram esconder a descrença no futuro (que se tornará [ou ter-se-á já tornado?] prematuramente presente)
Eles (ou seja, nós) procuram reencontrar-se com a ilusão, manter-se activos na construção de qualquer coisa que intuem, não se deixar esmorecer, e permanentemente se confrontam com o seu reverso, a desilusão, a inevitável derrocada dos materiais concretos, que não espelham nunca essa realidade mais real, porque mais viva e mais presente, que se desenrola continuamente nos seus projectos de um mundo por vir, juntamente com o tão esperado consolo final.
Eles, vigiam-se fantasmaticamente no seu fazer, num paternalismo exercido sobre si mesmo. Porque não querem aprender a contemplar poeticamente a sua própria morte.”
[Dinis Machado/ sinopse 2010]