8/21/2017

[CIRCULAÇÃO | BCN em ESTOCOLMO] IN A MANNER OF SPEAKING, de Dinis Machado


IN A MANNER OF SPEAKING
8 de setembro
20h30
Festival My Wild Flag
Weld
Estocolmo, Suécia

Uma peça do Ballet Contemporâneo do Norte 
coreografada por Dinis Machado 
e dançada por Mariana Tengner Barros, Filipe Pereira, Jorge Gonçalves e Susana Otero
Desenho de Cenografia , Figurinos e Iluminação: Dinis Machado
Fotografia de Cena: Miguel Refresco
Vídeo: Sofia Arriscado
Design Gráfico: Eduardo Ferreira
Direção de Produção: Dinis Machado
Produção Executiva: Ballet Contemporâneo do Norte
Co-produção: Cineteatro António Lamoso (Stª Mª da Feira, PT) e Temps d’Images Lisboa
Criado em residência: Pavilhão da Lavandeira (Stª Mª da Feira) e Armazém 22 (Vila Nova de Gaia)
Com o apoio para as Viagens do Instituto Camões/Embaixada de Portugal na Suécia e TAP
Apoio à Internacionalização: Fundação Calouste Gulbenkian


I melted my gender into a skin of stone
A bone
A physical rhyme
A tender mime of a desire of mine


In a Manner of Speaking é um poema, não como devaneio lírico, mas como lugar onde a escrita coreográfica se sedimenta na sua própria dimensão lúdica. Começou com um convite do Ballet Contemporâneo do Norte para re­visitar a minha primeira peça de grupo Parole, Parole, Parole... (2010). 

Sem qualquer nostalgia formal, sobraram desta re­ponderação um micro-universo em contínua reformulação e o investimento na função fática de uma linguagem coreográfica que abandona a sua dependência de qualquer ideia de conteúdo, desenvolvendo-se como exercício proto-político de presença (colectiva), não minimal ou essencialista, mas hiperficcional.

In a Manner of Speaking é assim uma auto­ficção estrutural sobre uma companhia de dança. Um exercício hiper­formal de um virtuosismo inventado a partir de fragmentos e técnicas de uma história da dança propositadamente lacónica, apropriada e inventada. Uma especulação subjetiva, um olhar deformado e calcificado por uma prática convicta. Um manifesto anti-essencialista onde ficções e factos se misturam, sem qualquer hierarquia, para a criação de um habitat proto-futurista. Uma emancipação da verdade e uma celebração da ficção. Um exercício para reclamar o direito de reinventar a história do seu próprio corpo e cidadania. Uma coreografia mirabolante onde os corpos dos performers são postos às avessas, não através de qualquer ilustração de exercício libertário, mas através de uma aceleração hiperformal.

Será talvez evidente o acento de uma reflexão e reescrita de género neste exercício ficcional: 
            Corpos remontados pelo paradoxo entre a evidência e a impossibilidade da definição do feminino. 
            Corpos proto-futuristas que se experimentam no jogo lúdico de propor uma ideia de dança que os reestrutura. 
            Corpos que se propõem a uma prática de género pós-binário e pós-panfletário. 
Uma metamorfose intima de um queer silencioso que acontece na quase invisibilidade dos ossos, da carne e da pele.

My Wild Flag é um novo Festival de dança contemporânea dirigido por Pontus Pettersson e Karina Sarkissova em Estocolmo e que terá a sua primeira edição em Setembro de 2017. O Festival irá acontecer em dois Teatros: WELD e CCOFF com o financiamento do Arts Council Sweden.


IN A MANNER OF SPEAKING
8th september
8.30 pm
My Wild Flag Festival
Weld
Stockholm, Sweden

A performance by Ballet Contemporâneo do Norte 
choreographed Dinis Machado 
danced by Mariana Tengner Barros, Filipe Pereira, Jorge Gonçalves and Susana Otero

Set, sound, light and costume design by Dinis Machado
Photography: Miguel Refresco
Video: Sofia Arriscado
Graphic Design: Eduardo Ferreira
Production direction: Dinis Machado
Executive Production: Ballet Contemporâneo do Norte
Co production: Cineteatro António Lamoso (Stª Mª da Feira, PT) and (Temps d’Images Lisboa, PT)
Developed in residency at Pavilhão da Lavandeira (Stª Mª da Feira, PT) and Armazém 22 (Vila Nova de Gaia, PT)
With the travel support of Instituto Camões/Portuguese Embassy in Sweden and TAP
Internationalisation Support: Calouste Gulbenkian Foundation


I melted my gender into a skin of stone
A bone
A physical rhyme
A tender mime of a desire of mine

 In a Manner of Speaking is a poem. Not as lyrical reverie, but as a place where choreographic writing unfolds from its own playfulness. It began with an invitation from the Ballet Contemporâneo do Norte to revisit my first group work Parole, Parole, Parole... (2010).
After this process of reconsideration, and without any formal nostalgia, the only things left were a micro-universe in continuous reformulation and the investment in the phatic function of a choreographic language that abandons its dependence on any idea of content, developing instead itself as a proto-political exercise of (collective) presence, not minimal neither essentialist, but hyperfictional. In a Manner of Speaking is therefore a structural selffiction
about a dance company. A hyperformal exercise of a made-up virtuosity put together from fragments and techniques of a deliberately laconic,appropriated and made-up dance history. A subjective speculation, a deformed gaze calcified by a confident practice. An antiessentialist manifesto where fictions and facts intermingle without any hierarchy, aiming the creation of a proto-futuristic habitat. An emancipation from truth and a celebration of fiction.
An exercise to claim the right to reinvent one's own body history and citizenship. A multifarious choreography where the performers' bodies are put inside out, not through any illustration of a libertarian exercise, but through a hyperformal acceleration.
The accent on questioning and rewriting gender becomes perhaps evident in this fictional exercise:
Bodies reassembled by the paradox between the evidence and the impossibility of a definition of feminine.
Proto-futuristic bodies that experiment themselves in the playful game of proposing an idea of dance that restructures their own bodies.
Bodies that propose themselves to a post-binary and post-demagogic gender.
An intimate metamorphosis of a silent queerness that materializes in the near invisibility of the bones, the flesh and the skin.


My Wild Flag is a new Contemporary Dance Festival directed by Pontus Pettersson and Karina Sarkissova in Stockholm and will have its first edition in September 2017. The Festival will take place in two Theaters: WELD and CCOFF with funding from Arts Council Sweden.