12/07/2017

DOGMA TEENS | OFICINA | ROGÉRIO NUNO COSTA




19, 20, 21 e 22 de Dezembro 2017
15h00 -18h00
Participantes: Grupo Desafia-TE
SESSÕES ABERTAS AO PÚBLICO:
22 de dezembro | 18h30 | Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira


 “Uma oficina de processos criativos baseada no documento/manifesto “Dogma 2005”, de Rogério Nuno Costa. A partir da imposição de regras simples de “conduta” artística e de exercícios práticos a partir de várias matérias e temas próximas do universo infanto- juvenil, propõe-se uma experiência de formação baseada em várias disciplinas artísticas (teatro, artes visuais, performance, vídeo, fotografia, escrita, movimento, etc.) e inspirada na ideia maior de que a liberdade e a imaginação criativas não se fabricam, encontram-se. Esse encontro é tanto mais profícuo quanto maiores e mais desafiantes forem os obstáculos colocados. Este workshop funcionará, assim, como espécie de feira popular de possibilidades performativas, totalmente pensadas, criadas, produzidas e apresentadas pelas crianças/adolescentes, a partir da reciclagem de materiais que já fazem parte do seu dia-a-dia: histórias, imagens, músicas, objectos, memórias. Mas é também, ou poderá ser, um excelente contexto para o adolescente testar a validade, seriedade e dimensão política dos seus gestos e das suas acções, através da aceitação de um jogo (com suas regras) e respectivo compromisso perante o social. Em última análise, será um workshop sobre ideias: donde vêm, para que servem e o que podemos fazer com elas. Um espaço para crianças e adolescentes (em dimensões distintas) poderem ser adultos (mais do que “brincar aos adultos”), tomando decisões, discutindo, partilhando, negociando e promovendo.

Sobre “Dogma 2005”
O texto, na sua versão simplificada “O Dogma 2005 explicado às crianças” (conjunto de 30 regras interconectáveis) apresenta uma alternativa para a criação artística contemporânea através da activação de um macro-conceito (ao mesmo tempo técnico e estético) designado por “arquivo performativo”, e auxiliado por uma infinidade de práticas de documentação. Através da criação e manipulação de dispositivos documentais diversos (apoiados em vários suportes mais ou menos tecnológicos: fotografia, vídeo, texto, desenho, oralidade, catalogação de objectos-prova, registo sonoro, etc.), o “Dogma” propõe um modus operandi passível de ser utilizado por qualquer artista/criativo que esteja disponível para se entregar a um trabalho cujo primeiro objectivo é virar do avesso (dissecando, desconstruindo, questionando, banalizando/vandalizando) os processos criativos e as práticas que lhe são mais familiares. Ou seja, retirar o artista da sua zona de conforto, não para a destruir, mas para melhor a observar (logo, compreender), e no fim decidir se lá quer voltar ou não. Ao longo desse caminho, o artista confronta-se com um conjunto de regras/obstruções que o obrigam a repensar o seu trabalho à luz de um grupo de conceitos operativos distintos mas complementares: autobiografia, realidade/ficção, readymade, estética “do-it-yourself”, arte/vida, ética/ estética, autoria, site-specificity, etc. Os resultados, quando apresentados publicamente, podem ter as mais diversas tonalidades, mas quase sempre se afastam formalmente daquilo que o artista está“habituado a fazer”. Conceptualmente, porém, o resultado é sempre sobre o artista e sobre a sua relação com a vontade de criar; porque o “Dogma 2005” acredita que a melhor história a contar é a história do projecto ele próprio: onde começou, como se desenvolveu, para onde se dirige, com seus avanços e recuos, suas paragens mais ou menos bruscas, suas falhas e sucessos.
Após ter sido experimentado no projecto transdisciplinar e curatorial “A Oportunidade do Espectador” (dirigido por Rogério Nuno Costa, com a participação de vários artistas, pensadores e documentaristas convidados) entre 2007 e 2010, assim como utilizado em inúmeros workshops e master classes, em Portugal e no estrangeiro, o “Dogma 2005” encontra-se agora numa fase de reformulação. Uma das novas formalizações destina-se ao público infantil/juvenil.




ROGÉRIO NUNO COSTA
Rogério Nuno Costa é artista, investigador, professor, curador e escritor em vários projectos coolturais e pós-artísticos, formalmente americanos, conceptualmente europeus, religiosamente Kopimistas, filosoficamente Piratas e literariamente re-re-realistas (ou realistas gagos). Com formação académica na área da Comunicação, considera-se um observador (participante) com uma curiosidade mórbida pela arte que se parece mesmo com Arte, só devolvendo o resultado das suas investigações porque é o que manda o Código Deontológico dos Jornalistas. Na persona do Chef Rø, tem elaborado inúmeros cruzamentos da Cozinha Conceptual™ com as artes performativas e os novos media, pretendendo com isso que a Arte se eleve à categoria de Gastronomia (o contrário já foi feito). Não é actor; considera que todos os trabalhos de teatro/performance que realizou em colaboração com diversos artistas e companhias foram trabalhos de consultoria. Trabalha atualmente na construção (from scratch) de uma “Universidade”.
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