6 e 7 de outubro de 2017 às 21h00 (dia 6) e 19h00 (dia 7)
CCB . Sala de Ensaio
duração aproximada: 45 minutos – s/ intervalo
M / 6 anos
BOX NOVA | Rogério Nuno Costa
EURODANCE
Ficha Técnica
Um espetáculo do Ballet Contemporâneo do Norte
Rogério Nuno Costa direção, coreografia, texto, vídeo
André Santos, Dinis Machado, Luís André Sá, Mariana Tengner
Barros, Susana Otero bailarinos
Joclécio Azevedo assistência de direção
Daniel Oliveira desenho de luz
Diogo Mendes artwork
Jordann Santos figurinos
Belamix feat. Too Limited™ (Mariana Tengner Barros &
Rogério Nuno Costa) remix & cover
Miguel Refresco fotografia promocional e de cena
Cristiana Fonseca assistência de figurinos
BCN produção
Agradecimentos A Bela Associação, Luiz Antunes, Xana Novais,
Teatro Municipal do Porto – Rivoli, Sonoscopia, Álvaro Campo, Miguel Loff
Barreto, ESMAE, TeCA, Ana Carvalho, Pedro Barreiro.
Estreia Centro Cultural de Milheirós de Poiares (Santa Maria
da Feira)
Acolhimentos mala voadora (Porto), Armazém 22 (Vila Nova de
Gaia), Teatro Sá da Bandeira (Santarém).
O Ballet Contemporâneo do Norte é uma estrutura financiada
pelo Governo de Portugal/Secretaria de Estado da Cultura (Direção-Geral das
Artes) e apoiada pela Câmara Municipal de Santa Maria da Feira.
EURODANCE é uma hecatombe geopolítica e tecno-emocional, um counting
down a 190 beats-per-minute em direção ao Fim do Mundo, uma bad trip a bordo de
um rave’ião Hamburgo/Ibiza com escala elíptica no Pará e aterragem de
emergência para combustível em Luanda, uma droga psicotrópica também conhecida
por Azeitegeist™. EURODANCE é um documentário pós-apocalíptico produzido pelo
Departamento de Escatologia Vintage do Centro de Estudos Pré-Humanos do Novo
Mundo e estuda a última década do Antigo Regime, quando o Mundo ainda se
escrevia com letra grande, não existia qualquer diferença epistemológica entre
Arte e Desporto, e os artistas eram todos backup dancers de uma banda cósmica
universal. EURODANCE dança em Europeu™, mas traz legendas em Novilíngua™. Rouba
lyrics às profecias xamânicas de Slavoj Žižek e à filosofia alter-dogmática de
Dr. Phil, os primeiros cyborgs da História; rouba beats à ética
pré-apocalíptica do movimento mashup e à moral antissocial do tecnobrega; e
rouba artworks à estética proto-post-pop dos Jogos sem Fronteiras e à ética
re-re-realista da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim. EURODANCE
é tecnotrónico, é clubístico, é pastilhado, é megalo-colonialista, é
etno-musical, é bubblegum pop, é happy hardcore, é chipmunk, é autotune, é playback,
é rave’ioli em lata, é vengaboys, é bota gel, é pisang ambon, é electropimba, é
technochunga, é carrinhos de choque-em-cadeia, é aeróbica trance-génica, é
fitness progressivo, é body pump-up the jam, é macarena, é di-rirá-rá-rá, é contemporary
rococó. EURODANCE regressa a todos os pesadelos fin-de-siècle, porque ambiciona
uma correção retroativa da Realidade: o Mundo acabou MESMO na noite de 31 de dezembro
de 1999, quando os computadores deixaram de reconhecer a linguagem binária e o
mundo (em letra pequena) colapsou. EURODANCE é por isso uma festa meteórica, em
homenagem a todos os que (ainda) não morreram. Uma viagem de volta aos anos 90;
uma viagem de volta ao Presente™.
Rogério Nuno Costa © 2014
EURODANCE é um estudo coreográfico para o espetáculo de
teatro musical €TRASH, de Rogério Nuno Costa, com estreia prevista para 2019.
Cinco bailarinos são o grupo de “backup dancers” de uma banda techno invisível,
trazendo para a linha da frente aquilo que por norma é apenas decorativo,
paisagístico, subsidiário. O corpo de baile é agora o protagonista. Ou sobre a
tensão/confusão dialética entre Arte e Desporto.
Rogério Nuno Costa
Actor, encenador, dramaturgo, investigador, professor,
curador, documentarista e escritor, desenvolve trabalho de carácter
transdisciplinar em várias áreas da prática e do pensamento performativo. O seu
trabalho gravita em torno da "documentação" enquanto conceito,
aplicando as operações de registo, sistematização e organização arquivística a
acções performativas de cariz efémero. Apresenta espectáculos, performances,
vídeos, conferências, instalações e textos ensaísticos que exploram os campos
do teatro, movimento, artes visuais, literatura, filosofia e antropologia,
conectando contextos públicos e privados, cultura erudita e cultura pop,
discursos autobiográficos e estratégias comunicacionais de teor viral. Nesses
projectos, assume os papéis de performer, director artístico e consultor. É
licenciado em Comunicação Social. Frequentou os mestrados em História da Arte
Contemporânea e em Cultura Contemporânea e Novas Tecnologias na Faculdade de
Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Atualmente,
desenvolve trabalho de investigação para a construção, from scratch, de uma
Multiversidade™, no âmbito do programa Visual Culture & Contemporary Art da
School of Arts, Design and Architecture, Aalto University (Helsínquia,
Finlândia). Como intérprete, co-criador e colaborador/consultor artístico,
trabalhou com Mariana Tengner Barros, Patrícia Portela, Teatro Praga, Sónia
Baptista, Lúcia Sigalho, Alain Béhar, Rosa Coutinho Cabral, Nelson Guerreiro,
Teresa Prima, Estrutura (Cátia Pinheiro & José Nunes), Joclécio Azevedo e
Susana Mendes Silva. O seu trabalho já foi apresentado em Portugal, França,
Reino Unido, Bélgica, Países Baixos, Roménia, Hungria, Áustria, Finlândia,
Alemanha e Croácia. É professor convidado na Universidade do Minho
(Licenciatura em Teatro) e “Advisor” no Transart Institute (Berlim e Nova
Iorque). Foi professor convidado na Escola Superior de Artes e Design das
Caldas da Rainha e na Hogeschool voor de Kunsten (Arnhem, Países Baixos).
Escreve regularmente para publicações ligadas ao pensamento artístico e
colabora com vários artistas na condição de observador/coordenador editorial e
dramaturgo. Dirige o projeto documental do Ballet Contemporâneo do Norte,
estrutura na qual é artista associado desde 2015.