12/13/2016

SERVIÇO EDUCATIVO | DOGMA TEENS | COM ROGÉRIO NUNO COSTA E CÁTIA PINHEIRO



19, 20, 21 e 22 de Dezembro 2016
14h30 - 19h 

Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira
Participantes: Grupo Desafia-TE

SESSÕES ABERTAS AO PÚBLICO:
22 de dezembro | 18h30 | Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira
abril 2017 | Feira Artes Performativas 
 “Uma oficina de processos criativos baseada no documento/manifesto “Dogma 2005”, de Rogério Nuno Costa. A partir da imposição de regras simples de “conduta” artística e de exercícios práticos a partir de várias matérias e temas próximas do universo infanto- juvenil, propõe-se uma experiência de formação baseada em várias disciplinas artísticas (teatro, artes visuais, performance, vídeo, fotografia, escrita, movimento, etc.) e inspirada na ideia maior de que a liberdade e a imaginação criativas não se fabricam, encontram-se. Esse encontro é tanto mais profícuo quanto maiores e mais desafiantes forem os obstáculos colocados. Este workshop funcionará, assim, como espécie de feira popular de possibilidades performativas, totalmente pensadas, criadas, produzidas e apresentadas pelas crianças/adolescentes, a partir da reciclagem de materiais que já fazem parte do seu dia-a-dia: histórias, imagens, músicas, objectos, memórias. Mas é também, ou poderá ser, um excelente contexto para o adolescente testar a validade, seriedade e dimensão política dos seus gestos e das suas acções, através da aceitação de um jogo (com suas regras) e respectivo compromisso perante o social. Em última análise, será um workshop sobre ideias: donde vêm, para que servem e o que podemos fazer com elas. Um espaço para crianças e adolescentes (em dimensões distintas) poderem ser adultos (mais do que “brincar aos adultos”), tomando decisões, discutindo, partilhando, negociando e promovendo.

 Sobre “Dogma 2005”
O texto, na sua versão simplificada “O Dogma 2005 explicado às crianças” (conjunto de 30 regras interconectáveis) apresenta uma alternativa para a criação artística contemporânea através da activação de um macro-conceito (ao mesmo tempo técnico e estético) designado por “arquivo performativo”, e auxiliado por uma infinidade de práticas de documentação. Através da criação e manipulação de dispositivos documentais diversos (apoiados em vários suportes mais ou menos tecnológicos: fotografia, vídeo, texto, desenho, oralidade, catalogação de objectos-prova, registo sonoro, etc.), o “Dogma” propõe um modus operandi passível de ser utilizado por qualquer artista/criativo que esteja disponível para se entregar a um trabalho cujo primeiro objectivo é virar do avesso (dissecando, desconstruindo, questionando, banalizando/vandalizando) os processos criativos e as práticas que lhe são mais familiares. Ou seja, retirar o artista da sua zona de conforto, não para a destruir, mas para melhor a observar (logo, compreender), e no fim decidir se lá quer voltar ou não. Ao longo desse caminho, o artista confronta-se com um conjunto de regras/obstruções que o obrigam a repensar o seu trabalho à luz de um grupo de conceitos operativos distintos mas complementares: autobiografia, realidade/ficção, readymade, estética “do-it-yourself”, arte/vida, ética/ estética, autoria, site-specificity, etc. Os resultados, quando apresentados publicamente, podem ter as mais diversas tonalidades, mas quase sempre se afastam formalmente daquilo que o artista está“habituado a fazer”. Conceptualmente, porém, o resultado é sempre sobre o artista e sobre a sua relação com a vontade de criar; porque o “Dogma 2005” acredita que a melhor história a contar é a história do projecto ele próprio: onde começou, como se desenvolveu, para onde se dirige, com seus avanços e recuos, suas paragens mais ou menos bruscas, suas falhas e sucessos.
Após ter sido experimentado no projecto transdisciplinar e curatorial “A Oportunidade do Espectador” (dirigido por Rogério Nuno Costa, com a participação de vários artistas, pensadores e documentaristas convidados) entre 2007 e 2010, assim como utilizado em inúmeros workshops e master classes, em Portugal e no estrangeiro, o “Dogma 2005” encontra-se agora numa fase de reformulação. Uma das novas formalizações destina-se ao público infantil/juvenil.



FORMADORES

ROGÉRIO NUNO COSTA

Rogério Nuno Costa é artista, investigador, professor, curador e escritor em vários projectos coolturais e pós-artísticos, formalmente americanos, conceptualmente europeus, religiosamente Kopimistas, filosoficamente Piratas e literariamente re-re-realistas (ou realistas gagos). Com formação académica na área da Comunicação, considera-se um observador (participante) com uma curiosidade mórbida pela arte que se parece mesmo com Arte, só devolvendo o resultado das suas investigações porque é o que manda o Código Deontológico dos Jornalistas. Na persona do Chef Rø, tem elaborado inúmeros cruzamentos da Cozinha Conceptual™ com as artes performativas e os novos media, pretendendo com isso que a Arte se eleve à categoria de Gastronomia (o contrário já foi feito). Não é actor; considera que todos os trabalhos de teatro/performance que realizou em colaboração com diversos artistas e companhias foram trabalhos de consultoria. Trabalha atualmente na construção (from scratch) de uma “Universidade”.

www.rogerionunocosta.wordpress.com
www.facebook.com/rogerionunocosta.art

CÁTIA PINHEIRO 
Nasceu no Porto em 1980. Curso de Interpretação da Academia Contemporânea do Espectáculo. Participou como actriz em espectáculos encenados por António Fonseca, Marcantónio Del'Carlo, Nuno Cardoso (Ao Cabo Teatro), Marcos Barbosa, Nuno M. Cardoso, Nuno Carinhas, Ana Luísa Guimarães e Diogo Infante, Miguel Cabral (Estufa AC), Alberto Villareal, Cão Solteiro & Vasco Araújo, e Philippe Quesne (Culturgest). Enquanto criadora, co-criou e interpretou os espectáculos "Receita para me Ouvires", a partir das crónicas de António Lobo Antunes (2006), “A Festa”, de Filipe Homem Fonseca, Nelson Guerreiro e Tiago Rodrigues (2008), “Geopolítica do Caos” (2009) e “WTF?” (2010). Em 2011/12 orienta o Grupo de Teatro da Nova para quem escreve e encena “Made in China”. Em 2011 éBolseira do Centro Nacional de Cultura para desenvolver o projeto transdisciplinar “Projeto Rua”. Em 2013, estreia a performance-áudio “The Walk”, com o Núcleo de Experimentação Coreográfica (Edifício AXA/Porto). Foi membro-fundador da companhia Caixa Negra – Teatro e Performance (1999). Actualmente é co-diretora artística da Estrutura. 


FOTOGRAFIAS: JOSÉ LUÍS NEVES